ARTES:O CINEMA: MARIA FELIX

               



                                AS DIVAS DE HOLLYWOOD 

         



                      *OS OLHOS DE MARIA  
Negros como as asas de um corvo quando fulminava seus amantes com uma das suas frases antológicas,como aquela resposta a um jornalista americano,em Acapulco. O efebo lhe perguntou:
-Maria,é verdade que és lésbica?
Maria deu-lhe  um de seus olhares mortais e falou:
-Se todos os homens fossem como você eu seria obrigada a ser.
Olhos grandes, belos,debaixo das sombrancelhas, como cantou seu eterno apaixonado,o compositor Agustín Lara,que escreveu para ela,”Malagueña”: acuerdate de Acapulco,
de aquellas noches,
maria bonita,
maria del alma”;
 Quem não se lembra? Os da minha era,claro,se lembrarão,com certeza...
Maria de Los Angeles Félix ,nasceu em Los Alamos,Sonora,em 8 de abril de 1914.
Quase tão devastadora como as guerras,sua passagem pelas telas foi relativamente curta,mais letal.






VOCÊ VAI CONHECER O HOMEM DOS SEUS SONHOS

“A vida é contada por um idiota cheia de som e fúria e,no fim,não significa nada”.(Shakespeare)
Assim começa o novo filme de Woody Allen.Uma estória divertida,bem contada,cheia de boas gags e com um final previsível.
Uma estória de dois casamentos cujos sons e fúrias são desenvolvidos através da batuta genial do mestre Woody Allen.
De longe,eu o acho melhor quando filma fora dos States,pois ,o cáustico humor inglês parece-se muito mais com o dele.Dois casais de idades diferentes e unidos por laços de sangue,em conflito.Alfie, Anthony Hopkins) um jovem senhor de 70 anos,em busca da juventude perdida,envolvido com uma prostituta  e Helena (Gemma Jones) que,vítima dessa busca,procura consolo nas vozes do além,através de uma charlatã,Crystal ,que sempre lhe diz o que ela quer ouvir.


Paralelamente,esboçam-se os problemas conjugais da sua filha,Sally (Naomi Watts) e seu genro ,Greg,(Josh Brolin),no presente apaixonado por uma bela indiana,Dia;além disso passa os seus dias (trocadilho infame) brigando com a sogra que sustenta a ambos  e esperando a resposta da editora sobre a publicação do seu livro. Com o andar da carruagem,digo da fita,o cômico vai se tornando mais trágico e a dor,a frustração dos personagens vai aflorando,embalada pelas belas músicas do do jazz ,preferidas do diretor:When   you   wish upon the stars, My  sin, When my baby smiles, Only you...


Achei Antonio Banderas um pouco deslocado no papel do chefe de Sally e sua nova paixão.
Se a gente não conhecer o homem dos nossos sonhos,pelo menos, passaremos  momentos agradáveis no cinema,comendo uma pipoquinha e aprendendo muito com Woody Allen sobre os tumultuosos   caminhos da mente humana.







*As Divas de Hollywood*
Vocês já repararam que as vamps, as mulheres más do cinema,sempre despertaram mais entusiasmo e interesse dos espectadores do que as “ingênuas”? Porque será? Será por serem mais mulheres,decididas,magnificamente belas,traiçoeiras,enigmáticas,impiedosas?
Reparei que as ingênuas são pouco lembradas e nunca foram cantadas em prosa e verso;pior.sempre são deixadas pelas outras,as más,as destruidoras.
Acho que é porque ninguém consegue conviver com vaquinhas de presépio, sempre a balançar a cabeça e dizer,amém.Homens,digo os verdadeiros,não “coisa macho”,gostam de ser desafiados.confrontados;daí,o sucesso das más.Elas são impiedosas.tratam os homens com desdém.Eles se põem a seus pés ,implorando uma caricia,como um “perrito callejero”,ávidos de atenção.
Sete foram as mestras, que com sua presença devastadora e frases ferinas,verdadeiras bofetadas faladas,seu desdém,sua presença fascinante,inalcançável,sensual,sete foram as vilãs mais desejadas,odiadas rainhas do celuloide.
Pois,como estou mais para Lilith que para Eva,resolvi homenageá-las.
As homenagens nunca saem da moda.
Começarei por uma não muito bonita,no sentido grego da proporção ;Bette Davis.
Na seqüencia, Joan Crawford,vilã emérita.depois,Greta Garbo,a divina,amante da solidão.Mae West,safada e provocante,com seu rosto de garota e um corpo que fez muito homem cair do sofá;abram alas para Marlene Dietrich,a “Lili Marlene,”causou mais danos ao sexo,dito forte,que a guerra.Logo chegará Bárbara Stanwyck,a dissimulada,gata negra das noites infernais,aquela que morde e assopra;Maria Félix,tsunami mexicano,morena,linda,sensual,para quem Agustin Lara dedicou uma canção e a quem chamou “maria del alma.”
Todas elas muito más, porém, lembradas e desejadas até hoje,embora quase todas sejam cinzas e merecedoras de um epitáfio comum:te amarei muito mais depois de morta”,versos magistrais de Elizabeth Barrett Browing.
Todas elas estarão aqui  uma vez por semana, no meu cantinho,para quem quiser matar saudades.Prometo champanhe e,para os saudosistas caso perdido,cicuta.



"VELHICE NÃO É LUGAR PARA MARICAS"









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 AMOR E OUTRAS DROGAS (LOVE AND OTHER DRUGS)
Alguns consideram esse filme uma comédia,mas,para mim,é um drama com um leve toque de humor.Ou melhor é comédia,na primeira fase e drama,na segunda.
O tema é a poderosa e milionária indústria farmacêutica para onde migrou o protagonista Jamie (Jake Gyllenhaal),oriundo de uma família de médicos,mas,que,para contrariar  o pai, que o queria médico,ingressou como vendedor na Pfizer,inventora do Viagra,a pílula azul milagrosa,que faz velho virar menino.
Treinado   junto   com outros candidatos , Jamie, inteirou-se dos  métodos   de persuasão  da Companhia, que variavam  desde   um inocente charme até arranjar” programinhas excitantes” para empurrar os medicamentos  a  seus clientes, os médicos,que,por sua vez,os empurrariam para os clientes finais,os doentes.
Não estamos falando aqui de aspirinas,mas,sim,de pesos pesados e competidores milionários como o Prozac e Zoloft,frutos de milhões de dólares gastos em pesquisas e objeto de uma luta fratricida entre os vendedores destas Companhias rivais,um vale tudo,tolerado,desde que as cotas sejam cumpridas.
Até aqui,o filme bem que poderia ser de humor,situação que muda quando Jamie conhece Maggie (Anne Hathaway),uma jovem garota de 26 anos,mas,que tem o Mal de Parkinson e adora sexo casual a qualquer momento ,com qualquer um;como Jamie,aliás...
Apesar da   doença  estar no estágio 1,Maggie sabe o que a espera e tem consciência de que nenhum homem quer compartilhar sua vida com ela,até o fim.
Então,entra o tema Amor,e os dois,Maggie e Jamie se apaixonam,decidem viver juntos,enfrentando tudo e ele decide voltar à Faculdade de Medicina.O que prova o que todos já sabíamos.O amor é uma droga mais poderosa do que todas as outras e mais difícil de curar.
O filme é engraçado,competente e nada tem  de  sentimentaloide.
O que o diretor Edward Zwick não percebeu é que,na verdade,tinha dirigido dois filmes e que um,quase nada tinha a ver com o outro.
E essa transição é abrupta sem que o espectador esteja preparado para ela.Mas,graças à competência do diretor,saiu um filme excelente ,com tiradas sensacionais como quando Jamie rouba as amostras grátis do concorrente e as joga na lixeira,o que acaba tirando da depressão um morador de rua que as apanha e faz uso delas.




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