quinta-feira, 12 de maio de 2011

EU PECADORA,ME CONFESSO AO WINDOWS!...


Quando me sento diante de uma tela em branco que espera pacientemente pelas minhas mal traçadas linhas,olha,dá-me uma vontade louca de ser analfabeta.
Primeiro, porque gosto da palavra, que acho-  de respeito,forte,cheia de letras gregas e tudo mais,an(sem) (alfa e beta,primeiras letras) ou seja, denomina ,em bom Português, aquelas pessoas que não têm ou não sabem as primeiras letras,inclusive alguns alunos do Enem .
Imagine se não tivesse esse  significado,fosse por exemplo,uma profissão.
-O que seu filho faz?
-Ah,ele é analfabeto.
Não soa  bonito,lembra terno e gravata,não é? Confesse ou ao menos diga se você já pensou nisto?!
Uma das vantagens de ser analfabeto é que a gente não precisaria se preocupar com a ortografia.Nem com vírgulas,ponto e vírgula e outros    chatos sinais de pontuação que a gente nunca sabe exatamente  onde pôr,como o hífen,por exemplo que foi deletado e  não deixou saudades.Ou a vírgula, que nunca pomos onde eles acham que deveria estar.É claro que não dou a mínima,a vírgula é minha,ponho onde e como quiser,Saramago não punha pontuação em lugar nenhum e é Prêmio Nobel.Por isso,faço um gesto de “aqui ó” e continuo escrevendo...
Outra vantagem especialíssima.O analfabeto não tem computador,logo está livre das chateações,aborrecimentos e gastos que eles nos causam,sem contar que,às vezes despertam os meus instintos mais baixos,como a vontade de assassinar o técnico que anda prá cá e prá lá e não resolve nada.
E você ainda não sabe da missa a metade. Tem coisa mais irritante do que estar escrevendo e aparecer o Word com suas tirinhas vermelhas tentando mostrar que você é uma anta que nem sabe escrever ressuscitar?Também ,nunca vi uma palavra com tantos esses,coisa de maluco.Acho que é por isso que só Cristo ressuscitou,os outros não têm a paciência Dele.
Como se ele,o Word ,fosse um cara inteligente,incapaz ,como é  ,de travar um papo cabeça,assim mesmo,sem hífen.
O analfabetismo me tiraria desse doloroso trabalho de escrever,ou melhor,eu nem chegaria lá,sem os efes e erres exigidos pela profissão,que,para mim é um trabalho como outro qualquer,como um operário  em construção.
Sento na máquina – pois o PC é uma máquina – mais sofisticada e moderna, mas,sempre máquina -abro o Word,a tela me encara,olho para ela,meio perdida ,-o que é que eu vou botar aí?! -  o bom é que se não gostar do que escrevo,deleto,coisa que a gente não pode fazer com críticos ou editores que cismam em torcer o nariz para o nosso suado trabalho.
Pena que a gente não usa mais aquelas sandálias bíblicas,quando se podia parar,tirá-la dos pés e sacudir a poeira na direção do desafeto demonstrando um total desprezo, um modo antigo de dizer,”tou nem aí”... como fazia aquele poeta que nunca foi publicado.
O problema com os analfabetos é que  eles ficam fraquinhos por falta das vitaminas ABC ;porém,pior do que ser analfabeto de pai e mãe,como se diz,mostrando que o sujeito não é um qualquer,tem família,não veio a furo ,é ser alfabetizado e nunca ler,ou,seja,esse, cai na ignorância porque quer,não tem desculpa prá essa culpa.Chamamos a esses uns ignorantes cultos.
OK,acabei e estou pronta para as críticas.Como diz o Millôr crítico é o sujeito  impotente que faz de tudo prá brochar os outros.Quando não conseguem,ao menos lhe tiram o orgasmo.
É isso ai,crítico não conhece as dores do parto nem os detalhes da criação.Mesmo assim querem dar pitaco na obra alheia.
Eu até que gosto dos críticos ,principalmente,quando estão calados.
Té mais!

Um comentário:

  1. Olá, Miriam!Eu acredito que existe a crítica construtiva e a destrutiva. Quem quer construir, não lasca um comentário com explicações gramaticais na página do outro, assim, sem mais nem menos: manda por email, secretamente. Mas quer saber? Se eu fosse uma grande escritora, a gramática seria a minha menor preocupação. Para isso, existem os revisores de textos, uma galera que conhece gramática e cujo trabalho é... corrigir!

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